MEDIEVAIS
(h)eras na parede do peito
um carcinoma de saudade
(fogo fátuo às comprovações
aos mortos do desengano
aos trabalhadores da corvéia
aos gerentes de escambo!)
medieval o teu soluço
oh mulher de minha História.
(soluço às soluções
aos dizeres adverbiais
à sintaxe dos excluídos
aos gerentes do absurdo!)
(h)eras tu a descobrir
as lutas de meu mundo.
ILÍADA (um blues para a infância)
"Subornávamos as cercas
de arame farpado,
abríamos picadas e trincheiras
para nossos saques (...)"
ILÍADA, a terra dos cavalos, é mais mítica que julgamos. Quem de nós a visitou? Sem pestanejar, respondo: TODOS NÓS. Estes remotos e terremotos idos são o arcabouço de nossa constituição cultural. É nossa imaginação desterritorializada. A infância é nossa Ilíada, nossa construção mítica do que fomos, em linhas benjaminianas: este presente visitando o passado.
ILÍADA, strictu sensu, é um conjunto de 5 poemas que obtiveram "menção honrosa" no 8º Prêmio Nacional de Poesia – Cidade Ipatinga, em 2009. Espero que gostem.
PARA UMA NOVA DIDÁTICA DO OLHAR
Trata-se de um conjunto de 5 poemas que caminham pelo circo que nos habita. Das lonas que caímos às que levantamos. Em 2010 este conjunto obteve o 1º Lugar 7º PRÊMIO NACIONAL DE LITERATURA - CIDADE DE IPATINGA/MG
Boa Leitura
ORÁCULO DAS CALÇADAS
(...)
O Homem adivinha sua surpresa
no lapidar ininterrupto
do dia-a-dia
(inverter a ordem
é surpreender quem volta)
(...)
Leia o poema inteiro em is.gd/oy0VdG
O IDIOLETO DAS ROCHAS (Fábula pós-moderna de antanho)
Aqui, um livro. Animal silente. O Idioleto é um projeto que habita-me há anos. Vai livrar-se qualquer hora destas. Por enquanto, deixo alguns FRAGMENTOS para embalar a tônica do estranhamento e das contradições que proponho. Por estes ditos é bom lê-lo com organicidade para melhor perceber seus equívocos e suas possibilidades. Bem, primeira demão, leitor.
(...) Leia + em is.gd/QWL5WP
verba testamentária (um breve devaneio virtual)
Machado de Assis, em seu conto Verba Testamentária, escreveu “Esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa de apagar o caso escrito.”. Por tempo impreciso vaguei pensar sobre tal consideração. Valia para a vida, para os amores e outras negações egotistas. Mas, o retorno me chamou, o simples arrendou meus olhos. Já não era mais a vida. Era a própria ESCRITA, ausente da metáfora machadiana. Apagar. (O copo entornando a necessidade do vazio, pedindo novos espaços para derramar). Desvelar este leitmotiv me libertaria. Assumir novas metáforas: este copo é meu brinde.
Livro-me. Livro. Livro. O avanço do novo carece de certo esvaziamento para poder congregar com esses paroxismos e paradoxismos modernos. Não pretendo o novo, antes, renovar-me. Pretendo me apaixonar sem culpa por estes textos vazados.
Sou posseiro, agora, de um terreno invisível. Onde posso ser enterrado, mas nunca morto. De José de Alencar (!?) a McLuhan, esta máquina que nunca para vai conduzir meus signos insensatos, esperando que simbolizem algo a todos.
Sobre Verba Testamentária
Nenhum comentário foi encontrado.
Novo comentário
Eis-me aqui, palavra descoberta sob as carnes
"Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico com saudosa lembrança estas memórias póstumas." - Machado de Assis in Memórias Póstumas de Brás Cubas
(...)
E bendigo o enfarto que me assola
e meus pés que possuem as medidas do mundo,
e traduzo todo o porvir nos olhos,
pois me dói no peito
qualquer ponte ruída no passado:
Safena, Edema, Emblema:
Meu enfarto a vós também pertence!
(...)
in SAUDAÇÃO AO TEMPO > is.gd/Bx7KSz